ATTILA JÓZSEF
Attila József nasceu em Budapest, Hungria, em 1905.
De família humilde, conseguiu uma beca que permitiu-lhe estudar Filosofia e Letra em Szeg, Viena e Paris. Ao regressar desta cidade filiou-se do ilegal Partido Comunista húngaro, de onde seu marxismo crítico fez que o expulsassem em 1931. Nesta data editou um efêmera revista literária, Valosg, e em 1936 foi cofundador de outra revista, Szép Szó, onde publicou seus versos. Quando se suicidou pelas privações, a fadiga e o desequilíbrio nervosos, nas proximidades do lago Balatón em 1937, todos os seus poemas foram recolhidos na coleção Ósszes és müforditásai (Todos os psoemas e traduções, 1939.
Reconhecido atualmente com o maior poeta húngaro do século XX, Attila Jósef reflete em seus versos, com melancólico realismo, um mundo consignado pela injustiça ante a qual o poeta se inclina com emocionada ternura, tomando partido pelos que sofrem e pelo proletariado, pletóricos de força na beleza de seu canto.
Não sou eu quem grita, é a terra que ruge, nos diz Attila József; e sua enorme carga de romantismo revolucionário o que definiu de corpo inteiro ante os leitores de todo o mundo.
O leitor achará neste livro adaptações de índole diversa. A maioria das poesias foram escritas originalmente em versos rimados. Outras, principalmente as da época surrealista do poeta, são de verso livre. Porém, a maioria das vezes o adaptador deixou-se levar pela própria corrente de sua voz e pela mais aberta de seu idioma naqueles tempos, e realizou as versões em verso livre...O autor desta nesta quer expressar sua satisfação por haver realizado um esforço que pode ajudar a difundir com maior amplitude entre os leitores de língua espanhola a obra de um dos maiores poetas de nosso tempo.
FAYAD JAMIS
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JÓZSEF, Attila. Corazón puro. Traducción y nota de Fayad Jamis con prólogo de András Simor. Diseño de cubierta: Elisa Vera. Ilustración de cubierta: Archivo de András Simor. La Habana, Cuba: Ediciones Unión, 2005. 132 p. No. 10 922
Exemplar doado pelo livreiro BRITO, de Brasília.
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda.
HAMBRE
Se detuvo la máquina. Como el vaho y la niebla
de otoño, sobre ella revolotea el polvo
y se asienta en las nucas de los hombres
que comen inclinados. En sus hombros se enfrían
camisas sudorosas y sucias. Todos tragan.
Pan y pepinos son hoy el almuerzo
que devoran sin perder una pizca,
dando un mordisco tras el otro.
Ya el tiempo nada les importa.
Casi un mordisco choca con el otro
pero mastican bien cada bocado.
Aun sanos los pulmones campesinos,
respiran y mastican polvo y olor a heno,
y sólo comen, comen, no hablan: comen. |